Durabilidade das Estruturas
“As estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que, sob as condições ambientais previstas na época do projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto, conservem sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o prazo correspondente à sua vida útil.” (NBR 6118, item 6.1).
Vida útil de projeto, entende-se o período de tempo durante o qual se mantêm as características das estruturas de concreto, sem intervenções significativas, desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, bem como de execução dos reparos necessários decorrentes de danos acidentais.
Vida útil requerida: Definida para tender às exigências do usuário, a ser estabelecida em projeto ou em especificações de desempenho.
Para começar, entenda que neste contexto, são cobradas as deteriorações do concreto e da armadura separadamente, e isto, é bastante usado pelas bancas.
a) Deterioração relativas ao concreto
Lixiviação: É um mecanismo responsável por dissolver e carrear os compostos hidratados da pasta de cimento por ação de águas puras, carbônicas agressivas ou ácidas (forma uma espuma branca), devida à infiltração de água que dissolve e transporta cristais de hidróxido de cálcio e magnésio (carbonatação do concreto).
Expansão por sulfatos: Ocorre por ação de águas ou solos contaminados que contenham ou estejam contaminados com sulfatos, dando origem a reações expansivas e deletérias com a pasta de cimento hidratado. Gera tensões de tração no interior do concreto resultando a desagregação progressiva do material.
Reação alcali-agregado: Reação entre os álcalis do cimento e certos agregados relativos. Ocorre a formação de um gel que atrai a água por absorção ou por osmose, este gel tende a aumentar o volume, e este aumento gera pressões na pasta de cimento que circunda o gel, causando tensões internas e, eventualmente, expansão, fissuração e degradação da pasta e fissuras mapeadas no concreto.
Reações deletérias superficiais de certos agregados: Decorrentes de transformações de produtos ferruginosos presentes na sua constituição mineralógica.
b) Deterioração relativa à armadura
Despassivação por carbonatação: O gás carbônico é prejudicial ao concreto (penetra por difusão no concreto), porém não gera perda da resistência do concreto. Sua ação deletéria se dá através da redução do PH da água dos poros da pasta endurecida de cimento, esta água então pode remover a fina camada de óxido formado ao redor das armaduras. As medidas preventivas consistem em dificultar o ingresso dos agentes agressivos ao interior do concreto. O cobrimento das armaduras e o controle da fissuração minimizam este efeito, sendo recomendável um concreto de baixa porosidade. ”
A extensão da frente com manifestação patológica pode ser determinada, com facilidade, pelo tratamento de uma superfície recentemente exposta com uma solução de fenolftaleína. Como resultado, observa-se a diferenciação pela cor, uma vez que se o Ca(OH)2 estiver livre, a mesma torna-se magenta, enquanto a parte já deteriorada é incolor.
Despassivação por elevado teor de íons cloro (cloreto): Consiste na ruptura local da camada de passivação, causada por elevado teor de íon-cloro. As medidas preventivas consistem em dificultar o ingresso dos agentes agressivos ao interior do concreto. O cobrimento das armaduras e o controle da fissuração minimizam este efeito, sendo recomendável o uso de um concreto de pequena porosidade. O uso de cimento composto com adição de escória ou material pozolânico é também recomendável nestes casos.
DICA! A corrosão da armadura no interior do concreto é um processo eletroquímico onde ocorre simultaneamente uma redução de oxidação, uma circulação de íons. Somente o oxigênio é consumido.
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